Para muitas pessoas, vestibular tem tudo a ver com ansiedade;
é só pensar no grande dia que surge logo um friozinho na barriga.
Isso acontece porque depois de um longo período de estudos,
marcados por pressões internas e externas e conteúdos extensos, chega a hora de
colocar no gabarito “tudo” o que você sabe. É nesse momento que surge o questionamento: o
que eu sei, afinal de contas?
Responder a essa pergunta pode gerar grandes expectativas que
vêm acompanhadas de medos: e se eu não passar? O que vão pensar de mim?
É neste sentido que o vestibular torna-se, socialmente, o dia
de provar para os pais, para os amigos e para si mesmo o quão preparado
cognitiva e psicologicamente se está para enfrentar essa avaliação. A relação
entre o estudante e o vestibular pode ser tão marcante que “ser gente”, nesse
momento, se confunde com passar ou não no vestibular; ou seja, a percepção
social pode se configurar de forma que se você passar você é digno, respeitado,
tem autoestima alta e é inteligente; se você não passar, é todo fracassado.
Mas é muito importante compreender que o vestibular não é a
sua vida; não pode ser. Ele é parte da sua vida; é uma etapa marcante e
importante, mas não é tudo o que você tem ou que você é. O vestibular não
consegue avaliar todo o conteúdo que você sabe, nem mesmo toda a qualidade de
raciocínio que você possui, porque ele é um instrumento de avaliação limitado.
Ele é apenas um recorte de conteúdos e esse pequeno recorte desconsidera outros
tantos fatores da sua vida: família, estado emocional, histórico escolar,
cultura, condição socioeconômica, etc.
Portanto, o primeiro passo para lidar com a ansiedade que o
vestibular gera é colocá-lo do tamanho que ele é; sem subestimá-lo ou torná-lo
uma tempestade incontrolável. Para além de uma prova de português, matemática
ou física, existe você com seus medos e anseios; com suas vitórias e fracassos;
com sua história e sua individualidade e tudo isso deve ser levado em
consideração.
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