quinta-feira, 16 de abril de 2015

Dicas para se preparar para o vestibular- parte II



Pensando nos desafios que vestibular nos coloca, continuamos com algumas dicas para estar mais preparado para este momento.

EVITE PENSAR NO SEU COLEGA
“A grama do vizinho parece sempre ser mais verdinha que a nossa”; mas esqueça isso; não é possível ter conhecimento da totalidade do processo do outro; você é especialista em você mesmo. Por isso, concentre-se no seu tempo, na sua prova e nos seus sentimentos. Se o colega do lado já terminou a prova e agora que você chegou à metade, procure compreender que cada um tem tempo e necessidade diferentes.

CUIDE DA ALIMENTAÇÃO
Procure  alimentar-se bem nos dias anteriores à prova; evite alimentos pesados e desconhecidos e prefira frutas e verduras; essas atitudes podem interferir  positivamente  no seu sono, e na sua concentração.

PARA QUESTÕES DIFÍCEIS, MONTE UMA ESTRATÉGIA
Caso se depare com uma questão difícil, evite registrar a dúvida nas alternativas; ao contrário, registre-a na questão como um todo, isso poderá ampliar o seu raciocínio no retorno da resolução. Outra dica importante é que, ao ler a questão, antes de partir para as alternativas, você resgate em sua memória aquilo que lembra sobre o assunto. Muitas vezes o tema abordado é do seu conhecimento e, após esse resgate mental, ao partir para a questão, você deverá apenas reconhecer qual a alternativa traz as informações mais próximas daquilo que você sabe ser o correto.



ENUNCIADO GENÉRICO, RESPOSTA GENÉRICA. ENUNCIADO ESPECÍFICO, RESPOSTA ESPECÍFICA
É comum que, ao construir uma questão, o autor traga um enunciado genérico e uma alternativa específica. Esteja atento a isso! Enunciado genérico exige uma resposta genérica. E enunciado específico exige uma resposta específica.

DURMA BEM NA NOITE ANTERIOR
Uma boa noite de sono é uma excelente aliada , pois  ajuda a manter a concentração no momento da prova. No dia anterior, procure estar perto de quem te apoia nesse momento; evite estudar – você já estudou o que deveria –; agora, é um momento de descansar para estar mais preparado.

USE A IMAGINAÇÃO
Nós temos uma tendência de fazer melhor aquilo que fazemos mais vezes, porque o conhecimento daquilo que é um hábito para nós, nos dá um sentimento maior de segurança. Neste sentido, a imaginação pode ser uma grande aliada. Durante o seu período de preparação para o vestibular, reserve tempo para se imaginar antes, durante e depois da prova. Faça uma imagem mental de toda a sua preparação para o dia, detalhes sobre sua trajetória, as pessoas que encontrou, os sentimentos e pensamentos que surgiram, o que comeu, como dormiu, a percepção que tem do resultado que alcançou, etc.
Ao repetir diversas vezes esse mesmo processo, você vai perceber que a cada exercício os sentimentos e os pensamentos, em relação a essa experiência mudam, pois a atividade te traz informações sobre você e suas reações perante o vestibular. Esse é o momento de descontaminar os pensamentos catastróficos e pessimistas, dando permissão para a realização de uma prova com tranquilidade. Quanto mais você exerce sua atividade de se imaginar no dia do vestibular, a tendência é que mais próximo você fique desta realidade e mais seguro você se sinta.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Dicas para se preparar para o vestibular - parte I


Antes de falar especificamente sobre as dicas, façamos uma reflexão: a preparação para o vestibular é algo que nunca estará pronta e acabada; ela é um processo contínuo.
Não há fórmula mágica de preparação para um momento como o vestibular. O ideal é adaptar as dicas apresentadas a seguir à sua rotina, compreendendo que cada realidade é única e que faz parte desse processo reconhecer e acatar aquilo que lhe for confortável.

ABRA MÃO DE SER PERFEITO
O vestibular não foi feito para você acertar todas as questões. Não queria dar respostas perfeitas, pois o perfeccionismo pode te levar ao atraso e ao descontrole do tempo. 
 
FAÇA UM PLANEJAMENTO DE COMO A PROVA SERÁ RESPONDIDA
A sequência proposta pelo caderno de questões não necessariamente deve ser respondida em ordem. Temos a tendência de respondermos à questões em ordem, pois é assim que estudamos, normalmente. No entanto, para o vestibular, escolha as disciplinas que você tem mais conhecimento para serem feitas primeiro; assim, você tem mais chances de “garantir” aquelas questões que realmente sabe.


  
APRENDA A RESPIRAR
Minha experiência tem demonstrado que muitas pessoas têm preconceito com exercícios de respiração. Mas acredite, funciona. Quando estamos diante de uma situação de estresse, nosso corpo se prepara para a fuga ou para a luta. Fisiologicamente isso quer dizer que o coração se acelera, a respiração fica ofegante e suamos. Tudo isso em busca de nos defender daquilo que nos ameaça; o vestibular, por exemplo.
Quando aprendemos a realizar exercícios de respiração, aumentamos nossa consciência corporal e conseguimos ter mais controle sobre nosso corpo e, consequentemente, sobre nossos sentimentos. Se você conseguir acalmar a sua respiração, o seu corpo entenderá que a ameaça externa foi reduzida, ou extinta. Por todas essas questões, respirar torna-se uma ferramenta muito potente.
O Catraca Livre publicou um artigo superinteressante para o início de um treinamento de respiração. Minha dica é que você o repita pelo menos três vezes por dia, na semana que antecede à prova; isso poderá lhe ajudar a ter uma prática maior com a sua respiração. Confira: https://catracalivre.com.br/geral/rede/indicacao/um-truque-para-acalmar/

EM CASO DE INCOMPREENSÃO DO ENUNCIADO, CRIE ESTRATÉGIAS
Não é incomum ler o enunciado de uma questão e não entender nada. Muitos paralisam-se diante de uma situação assim, releem o mesmo trecho de forma exaustiva ou ficam fixados esperando uma “ajuda divina”. O primeiro passo para esses casos é destacar o comando da questão “explique, analise, cite...”. Destacar datas e referências a nomes também pode ajudá-lo a situar-se no momento histórico referido. Outro passo é definir qual a natureza do assunto questionado.

ALGUMAS QUESTÕES TRAZEM MAIS DE UMA ALTERNATIVA CERTA
Diante de um assunto específico, uma questão pode trazer duas ou até mais afirmações que contenham informações corretas sobre o assunto. Tenha cuidado com isso! As informações podem estar corretas, mas não respondem diretamente ao comando que foi dado no enunciado.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Eu, o vestibular e a minha ansiedade



Para muitas pessoas, vestibular tem tudo a ver com ansiedade; é só pensar no grande dia que surge logo um friozinho na barriga.

Isso acontece porque depois de um longo período de estudos, marcados por pressões internas e externas e conteúdos extensos, chega a hora de colocar no gabarito “tudo” o que você sabe.  É nesse momento que surge o questionamento: o que eu sei, afinal de contas?

Responder a essa pergunta pode gerar grandes expectativas que vêm acompanhadas de medos: e se eu não passar? O que vão pensar de mim?

É neste sentido que o vestibular torna-se, socialmente, o dia de provar para os pais, para os amigos e para si mesmo o quão preparado cognitiva e psicologicamente se está para enfrentar essa avaliação. A relação entre o estudante e o vestibular pode ser tão marcante que “ser gente”, nesse momento, se confunde com passar ou não no vestibular; ou seja, a percepção social pode se configurar de forma que se você passar você é digno, respeitado, tem autoestima alta e é inteligente; se você não passar, é todo fracassado.


 
Mas é muito importante compreender que o vestibular não é a sua vida; não pode ser. Ele é parte da sua vida; é uma etapa marcante e importante, mas não é tudo o que você tem ou que você é. O vestibular não consegue avaliar todo o conteúdo que você sabe, nem mesmo toda a qualidade de raciocínio que você possui, porque ele é um instrumento de avaliação limitado. Ele é apenas um recorte de conteúdos e esse pequeno recorte desconsidera outros tantos fatores da sua vida: família, estado emocional, histórico escolar, cultura, condição socioeconômica, etc.

Portanto, o primeiro passo para lidar com a ansiedade que o vestibular gera é colocá-lo do tamanho que ele é; sem subestimá-lo ou torná-lo uma tempestade incontrolável. Para além de uma prova de português, matemática ou física, existe você com seus medos e anseios; com suas vitórias e fracassos; com sua história e sua individualidade e tudo isso deve ser levado em consideração.




domingo, 5 de abril de 2015

Eu, eu mesmo e minha ansiedade


Num mundo com tanta correria e urgência por emprego, profissionalização e felicidade, a ansiedade parece ser a melhor amiga do homem. Queremos que as férias cheguem logo, que os filhos cresçam e sejam menos dependentes, que aquela apresentação em público passe rápido, que a faculdade enfim termine.

Esses pensamentos nos levam ao futuro diretamente, caracterizando nosso estado ansioso. Ansiedade, portanto, é uma pré-ocupação com o que poderá acontecer, e é nesse contexto que tentamos responder as questões: “e se eu não conseguir?”; “e se eles não gostarem de mim?”; “e se eu não passar na prova?”. O “Se” é uma tentativa de adivinhar o futuro e a falta de controle sobre esses acontecimentos pode gerar apreensão, nervosismo, agonia.

Não é raro pensarmos a ansiedade como um estado psicológico prejudicial à saúde. Mas é importante ressaltar aqui que nem todo estado ansioso é negativo ou se remete a um transtorno. Ao contrário, a ansiedade pode ser uma boa aliada no nosso dia a dia.

Como assim aliada? Nossos ancestrais sobreviveram por desenvolverem um estado ansioso (aqui também usado como sinônimo de estresse). Diante de um perigo, o corpo, através de suas manifestações fisiológicas (taquicardia, respiração ofegante, tremor, tensão muscular), preparava o homem para fuga ou para luta. Em poucos segundos ele deveria avaliar o futuro e tomar a melhor decisão, no presente, para se proteger de um animal feroz, por exemplo.




Milhões de anos se passaram e as nossas ameaças hoje são bem diferentes de nossos ancestrais. Hoje nos sentimos em perigo para falar em público, mudar de cidade, ter contato com pessoas desconhecidas, fazer vestibular ou ir para uma entrevista de emprego.  No entanto, a herança fisiológica que carregamos ainda se assemelha àquele tempo: suamos frio, temos taquicardia, tensão muscular, etc., reações que também nos preparam para luta ou fuga. É neste sentido que podemos considerar a ansiedade como aliada ao nosso dia a dia, pois trata-se de uma defesa do organismo.

Então quando é que poderemos dizer que a ansiedade se tornará algo prejudicial? Digo-lhe que entre muitos fatores, a sua interpretação dos sintomas é algo essencial para essa definição. Uma pessoa que não perceba seu estado ansioso como algo que gera sofrimento, não terá sentido para pensar em um tratamento.

Por outro lado, um excesso de ansiedade pode levar algumas pessoas a se paralisarem fisicamente e psicologicamente diante da vida, nesse sentido, podem evitam contato com as pessoas, desistir de enfrentar situações que lhe colocam em desafio, deixar de tomar algumas decisões.  Essas paralisações são consequências de preocupações exagerados com saúde, dinheiro, família ou trabalho; sensação contínua de que algo muito ruim vai acontecer; medo extremo de algo específico (barata, escuro, falar em público); medo exagerado de ser humilhado na frente de outras pessoas; pouco controle sobre pensamentos repetitivos e constantes. Estamos falando nesses casos de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), Transtorno de Ansiedade Generalizada e Síndrome do Pânico.


É importante fazer essa diferenciação para que olhar para esses sintomas seja feito com melhor clareza. No próximo texto falaremos um pouco melhor sobre a ansiedade trazendo alguns recursos para trabalhar no tratamento dela. Não deixe de ler!