Muitas vezes nos sentimos tão inseguros que colocar movimento
à vida torna-se um grande desafio no dia a dia. Tornamo-nos sonolentos e, por
vezes, tristes; encontramos justificativas criativas para deixar tudo para
depois, sem perceber que esse comportamento é fruto de uma insegurança que cresce
dentro de nós.
Proponho que pensemos juntos em duas possíveis razões de ser
da insegurança: uma delas é a gerada pela falta de informação; a outra é a gerada
por querer estar/ser sempre perfeito. Proponho essa diferenciação apenas por
didática; isso não significa que existam apenas essas razões.
Apresentar um trabalho em público ou mudar de cidade são
exemplos de situações que podem gerar insegurança em algumas pessoas; afinal, não
se tem como adivinhar o futuro. Vocês podem dizer: “nossa Adrielly, mas isso
não é obvio?”; eu respondo: “não, não é obvio”.
Quando falta informação sobre as possibilidades que surgirão
a partir de uma decisão tomada, algumas pessoas podem se paralisar diante da
vida, sem compreender o que lhes passa internamente. Queremos constantemente
ter o controle daquilo que não é possível controlar; o futuro é só um exemplo.
Mas há situações em que a falta de informação é facilmente
superada. Vejo muitos alunos se sentirem inseguros ao apresentar um trabalho
para os colegas porque não possuem a informação que precisavam para tal.
Gaguejam, suam frio e sofrem o famoso “branco”. Tudo isso acontece porque não
sabem ao certo sobre o que estão falando, ou seja, não estudaram o suficiente.
Outro aspecto importante é que “estudar o suficiente” é
relativo; depende da percepção de cada pessoa. Muitos, apesar de terem lido
livros e mais livros, ainda não percebem que a informação que detém, naquele
momento, é preciosa para seus colegas e que, de certa forma, é possível falar
com autoridade sobre o assunto.
Daí vem a segunda razão da insegurança existir: queremos condições
ideais para que tudo aconteça até podermos mudar o curso da vida.
O problema é que as situações ideais, na maioria das vezes,
nunca chegam.
Para lidar com a insegurança que necessariamente aparecerá ao
ser adulto, teremos que nos dar permissão para errar, além de munir-nos das
informações necessárias para dar o próximo passo. Sem esses enfrentamentos,
fica fácil paralisar. A obsessão pelo perfeito estagna a caminhada.
(Siebert, 2015)
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